'Há que absterem-se de coisas, seres, situações mais ou
menos.'
Esse deveria ser um dos dez mandamentos!Ou o décimo primeiro....
Independente de estar escrito e canonizado, esta é uma regra
vital.
Sempre me afeiçoei às coisas 8 ou 80, o meio termo é tão
simplório, tão previsível, que o ‘tão’ nem cabe no contexto. É chato, metódico,
e sem graça.
Ou doida ou santa, ou doida e santa, a graça é essa, não
perder a serenidade casta vez por outra e ser doida invariavelmente, mesmo que seja só faz de conta.
Ué, E tudo isso não é faz de conta?
É sim:
Ué, E tudo isso não é faz de conta?
É sim:
- faz de conta que eu gostei só para não aborrecê-la!
- faz de conta que eu vou, só pra não dar uma de chato!
Então faz de conta que é dono do nariz e decide por si!
É por isso que café amargo é mais gostoso, que caramelo é
melhor que água com açúcar, que temporal não dá gripe – chuvisco pode até
matar! Água morna? que nada: ou cristais ou bolinhas...
Doses exageradas para essa coisa curta que é a vida!
E se você ainda está pensando em responder – talvez, pode
ser, quem sabe... – ou aquele emotion sorrindo, amarelo como de fato foi teu
sorriso, quando eu te digo que também te amo, ah meu caro, é porque nesse
banquete aqui (eu), você perdeu a vaga!
PRÓXIMO!
‘A
solução, concordo, não está na temperança. Nunca esteve nem-vai estar. Sempre
achei que os dois tipos mais fascinantes de pessoas são as putas e os santos, e
ambos são inteiramente destemperados, certo? Não
há que abster-se: há que comer desse
banquete.’
(Caio
Fernando Abreu, carta a José Márcio Penido)